Psiquiatria - Perguntas respondidas
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Não existe nenhuma restrição ética ou técnica quanto a isto. Há psiquiatras que não gostam de fazer este tipo de atendimento, com receio de que o conhecimento de um dos membros possa influenciar negativamente o tratamento do outro ou que os pacientes envolvidos possam não se sentir à vontade, por exemplo, achando que o psiquiatra possa revelar algo da consulta para o outro familiar.
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Certamente não é frescura. Os sintomas são muito sugestivos de depressão e, se for este o caso, o tratamento medicamentoso é muito importante. Pode também serem circunstâncias muito difíceis pelas quais tenha passado e/ou esteja passando e, nestes casos, uma psicoterapia pode ser útil. Não deixe de consultar um psiquiatra, pois estes problemas podem piorar, ao mesmo tempo que, abordados corretamente, costumam melhorar muito com o tratamento.
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A sensação de estar vivendo num sonho, num dado momento, é chamada de desrealização. Despersonalização é a perda da sensação contínua que temos de sermos nós mesmos, é como se virássemos parte do ambiente. Nenhum deles é um diagnóstico - talvez tenha sido isto que sua psiquiatra quis dizer. Aliás, Dr. Google é um perigo para quem não entende do assunto, porque as informações ficam fora do contexto, mesmo quando não estão erradas. A desrealização pode ocorrer em vários contextos: pessoas saudáveis podem ter em algum momento, induzido por algum contexto que estejam vivenciando; pode ser induzido pelo uso de algumas drogas como, por exemplo, LSD; pode ocorrer como fenômeno ansioso; pode aparecer em transtornos psicóticos como, por exemplo, a esquizofrenia; pode ser parte de um episódio de enxaqueca ou mesmo início de uma crise epiléptica. Pergunte à sua médica qual a origem de seu sintoma, ao invés de dizer que este é seu diagnóstico: ele pode fazer parte de um diagnóstico, mas não é um diagnóstico em si, da mesma forma como "dor de barriga" não é nome de doença, podendo entretanto ser sintoma de várias doenças - ou mesmo um fenômeno normal, se leve, rara e fugaz.
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Você pode procurar, de preferência, um psiquiatra. Ele fará com você uma ou mais consultas para poder dar um laudo. O tempo necessário para ele fazer este trabalho vai depender de uma série de fatores como, por exemplo, se o laudo precisa ser mais ou menos detalhado, se você tem facilidade de se observar e se expressar. Mas, provavelmente, na primeira consulta, o psiquiatra saberá dizer mais ou menos quanto tempo vai demorar para elaborar o laudo. Às vezes, pode haver necessidade de testes psicológicos, porém pode ser que só a avaliação psiquiátrica seja suficiente. Resumindo, o primeiro passo é procurar um psiquiatra. Em relação aos próximos passos, ele orientará você.
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Sanidade mental? Minha dúvida se deve ao fato de que ter sanidade é ter saúde geral. O melhor profissional, nesse caso, sem dúvida é o psiquiatra.
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A risperidona não é uma medicação cuja função seja fazer a pessoa dormir, apesar de algumas pessoas terem este efeito e ele poder ser útil, em alguns casos. Ele é usado principalmente como estabilizador do humor, antidepressivo em alguns casos e antipsicótico. O Remeron* (mirtazapina) é um antidepressivo que, em doses baixas, pode ser usado como medicação para ajudar na insônia. Em pessoas idosas, sempre se deve tomar cuidado com medicações para dormir, pois podem aumentar os riscos de quedas, principalmente durante a noite. De modo muito frequente, quando se usa uma medicação para dormir, qualquer uma, ela perde ou diminui o efeito após um tempo. Se for usada outra medicação, isto também pode ocorrer e, muitas vezes, isto leva as pessoas a aumentar progressivamente a dose, o que pode ser prejudicial. Na verdade, medicações para dormir devem ser evitadas, por períodos prolongados: deve-se tratar a causa da insônia. A insônia pode ter muitas causas: transtornos psiquiátricos, problemas respiratórios, problemas relacionados à regulação do sono pelo sistema nervoso. Em muitos casos, trata-se de hábitos errados. Há algumas recomendações que podem ajudar a pessoa a dormir:
 
MEDIDAS DE HIGIENE DO SONO
 
1. Ir para a cama apenas quando estiver muito sonolento, sem conseguir manter-se acordado. Não basta estar cansado. Enquanto isto, ficar assistindo à TV, lendo um livro, folheando uma revista ou escutando música. Sempre atividades tranquilas, que relaxem. Filmes de suspense, músicas muito agitadas, atividades como lavar louças ou varrer a casa podem deixar a pessoa ainda mais acordada.
 
2. Se acordar no meio da noite e não adormecer em 15 a 20 minutos, fazer como em (1).
 
3. Exercícios físicos aeróbicos várias vezes por semana. Terminar, o mais tarde, 4 horas antes de ir dormir; caso contrário, pode ficar muito estimulado e dificultar o sono.
 
4. Tomar um lanche leve antes de ir dormir.
 
5. Não fumar, não beber café na parte da tarde.
 
6. Jamais tentar "forçar" o sono: quanto mais a pessoa tenta, mais acordada fica.
 
7. Para algumas pessoas, ajuda tomar um banho morno antes de dormir.
 
8. Acordar cedo, mesmo nos feriados e fins-de-semana.
 
9. Não dormir a mais, mesmo se tiver dormido mal, à noite.
 
10. Não tirar cochilos durante o dia.
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Ao contrário do que se pensa, o nosso cérebro está em mudança constante, o que pode causar a falta de resposta a um medicamento que antes era eficaz. Isso depende menos do medicamento e mais do cérebro da pessoa. A adequação do esquema terapêutico para sua idosa deve ser feita através de consulta ao(à) médico(a) dela, que deverá considerar junto com a família, todas as variáveis envolvidas nessa insônia.