Psiquiatria - Perguntas respondidas
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Comer exageradamente pode ter várias causas: ansiedade, alguns casos de depressão, alterações hormonais, insônia. Por outro lado, existem pessoas que não apresentam nenhum dos quadros acima e, mesmo assim, comem de modo exagerado e, frequentemente, em "farras" alimentares: períodos relativamente curtos em que ingerem grandes quantidades de comida (mesmo sem fome).
Independente da causa você precisa de uma avaliação profissional, pois o problema pode agravar-se e, com tratamento adequado, deve haver melhoras ou até cura.
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É uma situação em que o cuidador de um sujeito dependente químico ou comportamental, geralmente familiar próximo ou cônjuge, desenvolve uma ligação tão intensa com o dependente que acaba por ter, mesmo sem querer, comportamentos que ao invés de ajudar, reforçam a dependência. Por exemplo, permitir que ele tenha acesso à substância porque tem medo de sua desaprovação. Na dúvida procure sempre um psiquiatra, que pode inclusive auxiliar no processo de conscientização deste dependente de sua necessidade de se tratar.
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A co-dependência é um conceito bastante vago mas, grosso modo, pode-se dizer que codependente é aquela pessoa que vive, de modo exagerado, em função de um(a) dependente (de álcool, drogas ilícitas, jogo ou outras dependências) e, frequentemente, isto traz prejuízos para si mesmo e para o(a) dependente. Assim, comportamentos de co-dependente são, por exemplo, dar dinheiro para a pessoa beber, usar drogas ou jogar por "pena" dela; cuidar exageradamente de todas as necessidades do(a) dependente, sem dar limites e, com isto, reforçando a dependência ao invés de melhorá-la; considerar-se o tempo inteiro responsável pelo(a) dependente e não deixar que este(a) tenha as consequências negativas do seu problema; deixar de fazer, grande parte do tempo e por muito tempo, coisas importantes para si mesmo(a), devido à necessidade de cuidar do(a) dependente.
É importante uma avaliação, por parte de um terapeuta, da sua relação com a pessoa dependente. Assim, será possível dar orientações que possam melhorar sua relação e, possivelmente, você se sentir melhor e, talvez, até ajudar a outra pessoa de modo mais eficiente.
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A depressão e as crises de pânico são tratadas, preferencialmente, com medicações inibidoras de recaptação de serotonina. O Venlaxin*, cujo princípio ativo é a venlafaxina, é uma destas medicações.
Se a venlafaxina que você está usando não foi suficiente para, sozinha, acabar com sua depressão e as crises de pânico, é possível que:
1. a dose dela não seja suficiente, no seu caso;
2. você não a tenha tomado por tempo suficiente;
3. você tenha um quadro que não tem boa resposta à venlafaxina.
Na terceira situação, podem ser tomadas várias medidas, tais como troca da medicação ou acréscimo de outros remédios para aumentar o efeito da venlafaxina.
É possível que, no seu caso, o médico tenha feito esta última opção e por isto acrescentou o Ansitec* (buspirona) e o alprazolam.
Quanto à dificuldade de entender e ao esquecimento, eles podem decorrer da própria ansiedade e da depressão, ter uma causa independente (por exemplo, déficit de atenção ou sintomas de amnésia de origem orgânica) ou ser consequência do uso do alprazolam. O alprazolam é uma medicação do grupo dos benzodiazepínicos e, hoje em dia, a não ser em casos excepcionais, recomenda-se que este tipo de remédios seja usado por um máximo de algumas semanas, pois um de seus principais efeitos colaterais são as dificuldades de memória. Estas dificuldades podem aumentar com a quantidade usada e o tempo de uso e, em alguns casos, mesmo depois da retirada da medicação, os problemas de memória podem não desaparecer completamente.
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A falta de sono e a anorexia (falta de apetite) ocorrem numa série de transtornos psiquiátricos: quadros depressivos, ansiosos e mesmo psicóticos.
Ter medo do escuro pode, também, ter várias origens, que vão desde fobia de escuridão, estresse pós-traumático, pesadelos e, também, quadros psicóticos nos quais a pessoa esteja tendo alucinações e delírios relacionados ao escuro.
Quanto a "estar vendo coisas", é possível que esteja tendo alucinações (ou seja, vendo coisas que não estão realmente lá) como parte de um quadro psicótico (de perda da noção do que é real) ou mesmo como um fenômeno natural que ocorre quando a pessoa está acordando, adormecendo ou muito sonolenta.
Assim, faltam informações suficientes para poder dar uma ideia mais precisa do que possa estar ocorrendo com seu filho. Mas, claramente, ele precisa de uma avaliação psiquiátrica na qual, conversando com ele e com você, o psiquiatra poderá encontrar a causa dos problemas dele.
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Psicose é todo quadro em que a pessoa perde algum aspecto de seu vínculo com a realidade: pode envolver delírios, alucinações ou, por vezes, ela se manifesta apenas através de comportamentos bizarros ou um pensamento muito desconexo.
Delírios - a pessoa pensa que está sendo perseguida; que há um complô contra ela; que as pessoas na rua sabem o que ela pensa; que ela é especial, escolhida por Deus ou mesmo o próprio Deus. Há muitos tipos de delírio e a característica comum a todos eles é que estes pensamentos não cedem à argumentação - por mais que se explique e se dê provas ao contrário, a pessoa continua acreditando neles.
Alucinações - podem ser a visualização de objetos ou seres que não estão lá, na realidade. Entretanto, geralmente, são alucinações auditivas ou seja, a pessoa ouve vozes que lhe dão ordens, comentam seus atos, conversam entre si, dão conselhos etc.
Comportamentos bizarros - a pessoa tira as roupas, assume posturas desconfortáveis nas quais permanece por longos períodos, de modo inadequado e fora do contexto; movimentos repetitivos e complexos sem que a pessoa perceba que eles são inadequados, despropositados; risos imotivados.
Estão entre os quadros psicóticos as esquizofrenias, o transtorno esquizo-afetivo, a depressão psicótica, o transtorno bipolar psicótico, o transtorno delirante, o transtorno esquizofreniforme e, ainda, alguns outros quadros que não são classificados.
Qualquer pessoa com suspeita de quadro psicótico deve ser avaliada por um psiquiatra pois, em geral, o quadro não desaparece sozinho ou, quando desaparece, tende a voltar, quando não tratado. -
Delírio, que significa ideias ou convicções que não são verdadeiras e não se pode convencer o paciente do contrário; alucinações; agressividade; agitação psicomotora; dentre outros sintomas. Na suspeita de psicose, deve-se levar o paciente para uma avaliação com psiquiatra o mais rápido possível!